Todo dia, muitos relacionamentos são iniciados, assim como muitos outros são rompidos. Alguns, por motivos até bizarros, como um machado, um cinto, um par de sapatos, um coçador de cabeça, um ursinho de pelúcia… Sim, estes objetos ilustraram ou foram motivos do término de relacionamentos em algum lugar no mundo, e é isso que o Museum of Broken Relationships (ou Museu dos Relacionamentos Quebrados, numa tradução livre) reúne em seu acervo, além de muitas outras histórias um tanto quanto interessantes que têm algum objeto para contá-las. Tive a oportunidade de conhecê-lo ano passado, quando estive em Zagreb, na Croácia.
Cada objeto conta uma história diferente e o museu aceita estas doações para seu acervo. Como diz no seu próprio site – “qualquer que seja o motivo da doação destes pertences, seja puro exibicionismo, motivos terapêuticos ou simples curiosidade, as pessoas abraçaram esta causa de expor seu legado de amor num tipo de ritual; uma cerimônia solene.”
Exemplo desses objetos é este celular da foto: de tanto a moça ligar para o ex-namorado por quase um ano, ele acabou entregando seu aparelho a ela, assim, não receberia mais ligações dela.
Ou a interessante história do machado:
“Ela foi a primeira mulher que foi morar comigo. Meus amigos me diziam que eu devia ser mais aberto às pessoas com quem namorava sério para morarem comigo. Alguns meses depois dela ter se mudado, fui chamado para ir aos Estados Unidos a trabalho, porém ela não poderia me acompanhar. No aeroporto, nos despedimos aos prantos e ela disse que não conseguiria sobreviver três semanas longe de mim. Voltei dos EUA após três semanas e ela me disse que se apaixonou por outra pessoa que havia conhecido há 4 dias e ela (a outra pessoa) poderia dar tudo que eu não podia dar, afinal, era uma outra mulher.
Perguntei sobre os planos dela sobre a nossa vida em conjunto. No dia seguinte, ela ainda não tinha respostas e foi viajar com sua nova namorada, enquanto todos os móveis dela ficaram comigo, na minha casa. Sem saber o que fazer com a minha raiva, comprei este machado para descontar minha raiva e dar a ela uma pequena sensação de “perda”, que ela obviamente não teve após nosso término.
Nesses 14 dias que ela esteve viajando, cada dia eu destruía um pouco das mobílias dela e ia deixando os pedaços no chão, como forma de expressar minha condição interior. Quanto mais o quarto se enchia dos destroços de todas as coisas dela, mais eu me sentia melhor. Após estas duas semanas, ela voltou para pegar de volta seus pertences, que agora estavam todos em pequenos pedaços. Ela os recolheu e deixou meu apartamento. O machado foi promovido de ferramenta a instrumento terapêutico!”
O museu transita entre muitos países de diversos continentes, não tendo passado ainda pelo Brasil. Para conferir em que país os objetos estão sendo expostos e descobrir mais histórias interessantes, visite o site http://brokenships.com/en